ecos,ecos,ecos..

e derrepente tudo desmorona.como uma castelo de cartas carregado pelo vento..numa facilidade tão incrível que você se pergunta mil vezes,porque perdeu tanto tempo tentando fazê-lo,mas ele estará lá,espatifado,em cacos,tão pequenos,que talvez nunca mais poderá junta-los.. mesmo se talvez arriscasse,te cortaria,te machucaria..e você olha,e tenta não sentir dor,e tenta ficar bem,outra tarefa inútil..porque sempre estará lá,dentro de você,os pequenos pedaços de um sonho quebrado,te cortando,cutucando,te tocando,te ferindo,te fazendo sangrar até a morte. não se pode fugir quando o vilão está dentro de você,não se pode correr quando o que te mata é você mesmo,é o que você sente,é o buraco que você mesmo cavou..um torpor toma conta do seu corpo,te engolindo,agonizando,até fazer você se dobrar pra frente procurando apoio,vendo as paredes mais perto,perto..Difícil segurar lágrimas que insistem em ficar nadando nos seus olhos,prestes a cair,assim como tudo dentro de você,desmoronando..e por tanto tempo deseja ficar só,deseja enfrentar isso sozinha,e quando tem a oportunidade sente medo,vontade de fugir,correr sem direção,se esconder de você mesmo,e de toda essa porcaria que você sente. escorre pelas paredes,e encontra o chão,quando você cai,sempre o chão que te segura e despedaça,te faz sentir o que você tem por dentro,a dor,a agonia,o desespero..o desespero,a incapacidade,a dor das mentiras que se agarram no seu peito e se rejeitam a sair,se agarram em você com todas as forças,te rasgam pelo meio ao tentar tira-las dali,te fazem agonizar,se dobrar de tanta dor,sentir os músculos tremerem,sentir o soluço da alma,o rasgar de nós na garganta,como se houvesse uma guerra dentro de você,e realmente há uma guerra,contra mim mesma,e eu sempre a perco,sempre me perco na imensidão desse espaço vazio,desse infinito vazio,sem mais ser preenchido,somente escuridão,e ecos..ecos..e mais ecos..você se agarra em você mesma,abraça seus joelhos,e tenta deixar o que ficou sair..sair num mar de lágrimas,num choro convulsivo,numa avalanche de dor,você tenta se agarrar,pra não se desmoronar, mais por dentro já está tudo destruído..pó a pó,que te fazem asfixiar,não respirar toda vez que mexe em coisas tão velhas,e sujas..a dor explode você,te faz transbordar os olhos,te faz querer gritar,te faz querer parar,à ter que suportar a tortura,as feridas na alma,explode num choro alto,desesperado,cheio de perguntas,cheio de agonia..e tudo o que deseja é alguém pra dizer que tudo vai ficar bem,mesmo sem saber se você faz parte desse 'tudo'..alguém pra te chamar de doida,e dizer que tudo passa,o tempo passa,e se encarrega de mudar as coisas..
mas não preenche os buracos da alma,te distraí,te anestesia,e muda o foco da sua vida,te faz olhar em outra direção,e não mais para dentro de você..e não mais para a destruição,não mais para os cacos que te ferem dia após dia..e o pior de tudo é saber que as lágrimas não lavam as mentiras de você,a explosão do choro não destrói a dor que fica


para o dia seguinte..