fechei a porta

e assim que percebi que estava a sós comigo,me despi de mim e do meu disfarce,e deixei a agua cair sobre o meu rosto para a mascara cair de uma vez. o calor da agua embaçava os vidros, e envermelhava minha pele. buscava ali uma temperatura que eu não tinha. e mesmo tão quente, dentro de mim continuava frio. mas eu sabia que estava funcionando de alguma forma. eu podia ver que eu estava derretendo. os soluços pareciam socos na alma. talvez meu coração queira me deixar outra vez. eu não queria chorar. não queria lembrar. não queria morrer desse jeito. eu luto comigo todo dia. e acabo me ferindo nessa guerra interior.


e mesmo assim,não existe um só dia que eu não lembre.