a dor egoísta,

e medrosa também, nunca quis me dividir com ninguém. por isso, por ciúme doentio, só aparecia quando ninguém estava por perto. geralmente no meu quarto, no escuro,enquanto eu, como qualquer outra pessoa comum,tentava descansar e dormir. lá vinha ela, exigindo a atenção que durante o dia não dei. e persistia, segurava os meus cílios, e gritava no meu ouvido. ficava no meu lado, como que velando meu dia triste. assim eram as minhas madrugadas nunca só. onde os monstros não ficavam embaixo da cama.


agora ela só me olha de longe, como que me cobiçando, me desejando.
e eu apenas ignoro e vivo.

e tento não olhar devolta.